domingo, 16 de dezembro de 2007

Dores em teias de Bourgeois

O tema da dor é meu negócio. Para dar significado e forma à frustração e ao mento. O que acontece com meu corpo deve receber um aspecto formal. Assim, você poderia dizer que a dor é o preço de resgate do formalismo.(...) Para mim, uma escultura é o corpo. Meu corpo é minha escultura (Bourgeois, apud Lagnado:1995, p. 69)
Louise Bourgeois é um artista nascida na França e erradicada nos Estados Unidos, que direcionou seu trabalho para as discussões acerca da sua própria história e identidade. Trabalhou com uma variedade enorme de materiais compondo esculturas e instalações que mostraram toda sua irreverência ao discutir conceitos de âmbito social como a questão da mulher, por exemplo. Ao longo de sua vida, Louise sofreu uma série de situações traumáticas incluindo a substituição da mãe por uma madrasta, que conduziu sua formação de modo arbitrário. Além disso, Louise trabalhou, seguindo os modelos da família, com a tecelagem, o que também marcou de modo bastante representativos sua obra. As aranhas na produção da artista podem ser entendidas como uma metáfora dela própria, num trabalho metafórico de extensão de sua própria história para a composição das mesmas. É a aranha que, assim como ela, deve tecer suas teias para mostrar o peso de sua identidade em busca de proteção. Além desses, outros trabalhos também carregam o peso de uma história dolorosa em busca de sentidos e de iconizações.
As dores de Louise também são nossas. Todo corpo dói, deforma-se e se reconstrói...

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